quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Um tema para viver



Gabriel Chalita


Paulo Bomfim, príncipe dos poetas brasileiros, escreveu que o jovem precisa de um tema para viver. O ser humano necessita de um tema que signifique a sua vida. Parece simples. Ser feliz, o voo. A vida, o limite. Mas a complexidade parece estar na ausência de valores tão necessários à escolha da rota, da travessia.
Há homens e mulheres que elegem para suas trajetórias o tema do poder. Buscam, ilimitadamente, ainda que dentro do breve limite da vida, o poder, mergulhados no egoísmo e ligeireza do tema. E há mulheres e homens que são líderes. Há quem pense que os líderes surgem ao acaso. Engano. Os líderes se formam, naturalmente. Um líder se revela pelo tema que escolhe, por amor, para a sua vida.Não de forma obsessiva e fanática, mas determinada e apaixonada. São aqueles que assumem para si a responsabilidade da transformação da sociedade, abraçados às suas causas, às suas lutas na promoção do bem. Um líder gerencia sonhos comuns a toda a humanidade.
O filme Invictus nos oferece um notável exemplo. Nelson Mandela. Um líder que consagrou a vida ao tema da união, por uma África de pessoas iguais em liberdade e dignidade, independentemente da cor de sua pele. Durante mais de duas décadas, foi prisioneiro daqueles que insistiam em prejulgar os homens negros, relegando-os à categoria de seres humanos não tão dignos, não tão merecedores de iguais condições na vida. Mandela não arrefeceu. Fez-se gigante na clausura. Mostrou ter a humildade dos sábios. E a rara nobreza do perdão. Salvou da culpa os algozes que, na ignorância de suas convicções, interromperam seu sonho, sua travessia, o tema de sua vida; inclusive, entregou-se à luta por uma África mais justa também para aqueles que tentaram impedir uma parte de seu voo. Não desanimou, jamais. Foi resignado e líder de si e do povo de sua pátria. Ele sempre soube que a sua causa valia a pena.

“Fernão Gaivota descobriu que o tédio, o medo e a ira são as razões por que a vida de uma gaivota é tão curta (...) - Fernão, tu já foste banido uma vez. Que te leva a pensar que as gaivotas do teu tempo te poderiam dar agora ouvidos? Conheces o provérbio e é bem verdade: Vê mais longe a gaivota que voa mais alto! As gaivotas lá de onde vieste estão pousadas no chão, gritando e lutando umas com as outras. Encontram-se a mil e quinhentos quilômetros do paraíso, e, tu, ainda dizes que lhes queres mostrar o paraíso! Fernão, elas nem sequer conseguem enxergar as pontas das suas próprias asas!” (Richard Bach)

Como em uma grande sala de aula, já presidente eleito, viu-se diante de um povo separado entre dois grupos: negros e brancos. Seu colossal desafio: eliminar o abismo social que dividia, e ainda divide, os africanos. Como ensina Dom Bosco, “violência não se combate com violência”. Esse era o seu lema. 

Não alimentar jamais a animosidade entre negros e brancos. A África de seu tema era livre, de pacífica convivência entre negros e brancos. Ensina-nos magnânima lição quando, com a habilidade política e humanitária de um líder responsável pela promoção da paz, vale-se de um fato cotidiano, de um problema comum aos dois grupos, para dar o primeiro passo na construção de um país, e até mesmo de um mundo melhor, tristemente marcado pela violência e preconceito. Se o esporte era capaz de despertar paixões de ambos os lados, nada mais positivo do que usá-lo como pretexto para a obtenção de um bem ainda maior. Foi o que fez Mandela.
“Sou o senhor do meu destino, sou o comandante de minha alma” foram os versos do poemaInvictus, tantas vezes por ele repetidos na prisão, que ensinou ao jovem capitão de um time de rugby falido, sem nenhuma credibilidade e prestes a participar da Copa do Mundo de Rúgbi, que Mandela, com a ousadia dos grandes condutores, aceitara sediar. Sob a inspiração do presidente negro, o capitão do time se reveste de toda a força capaz de estimular seus jogadores, partindo em busca da vitória. No campo, um sinal da concretude de seu sonho. Negros e brancos unidos por um sentimento de nacionalismo jamais denotado no país do apartheid. O líder negro fez nascer um símbolo nacional, proporcionando aos negros o inusitado de fazer parte, de integrar e participar da sua nação; e, aos brancos, oferecia a garantia de que a nova África se anunciava também para eles. Na igualdade de possibilidades. Nação una nas oportunidades.
Salvas as proporções da situação, mas não o desafio em si, os professores, no enfrentamento cotidiano da sala de aula, também se deparam com muitas questões que parecem de difícil solução: preconceito, agressividade, bullying, indisciplina, desinteresse, desrespeito, entre muitas outras.
O professor é um líder e igualmente necessita de um tema para ressignificar a sua vida, o seu ofício de fazer caminhar os aprendizes. Educadores são líderes que conduzem e não impõem. São líderes que apontam novos caminhos e não apenas persuadem a seguir o caminho que lhes parece o certo. São líderes que abdicam de suas escolhas pessoais em nome das vontades coletivas, para amainar os conflitos. São aqueles que criam possibilidades, a partir de um valor ou sentimento comum ao grupo, para a descoberta de novos caminhos, em comunhão com seus alunos, como queria Paulo Freire. Enfim, o educador líder torna as suas ações significativas, conduzindo seus aprendizes ao conhecimento de fato, pois é natural o interesse humano por aquilo que lhe faz sentido. Um educador deve, acima de tudo, ser exemplo. É o exemplo que determina a liderança e não o poder. Goethe afirmava que“um nobre exemplo torna fáceis as ações difíceis”.
Que poderes especiais teriam líderes como Mandela, Gandhi, João Paulo II, Martin Luther King, Madre Teresa de Calcutá e outros tantos para mover multidões em busca do amor e da paz? Não seria qualquer ser humano capaz de se transformar em um líder? Basta ter respeito, amor, paixão por uma causa, crença na humanidade, generosidade, humildade. São todos esses valores que possuem aqueles que se decidem pela educação. Responsabilidade e compromisso com a mudança. E cuidado, muito cuidado, com o primeiro farfalhar de asas de seus alunos. Pois seus voos necessitam de uma rota, um norte, um tema. O educador líder preocupa-se em despertar as razões das trajetórias dos seus jovens aprendizes.
“Como vale a pena agora viver! Em vez de andar de um lado para o outro à procura de peixe junto dos barcos, temos uma razão para viver! Podemos sair da ignorância, podemos ser criaturas perfeitas, inteligentes e hábeis. Podemos ser livres! Podemos aprender a voar!” (Richard Bach)

Ousemos ser invictos, senhores de nossos destinos, comandantes de nossas almas... 

Artigo divulgado na revista Profissão Mestre de maio de 2010.

Olá gestores e educadores


Há muitos anos, docentes de todo o Brasil recebem o Jornal Virtual, assim como enviam seus comentários e textos para a nossa redação. E é com muita satisfação que apresentamos no JV de hoje o artigo da professora Sílvia Figueiredo de Sousa, do Mato Grosso. Formada em Tecnologia Educacional, ela afirma: “a internet tem levado as pessoas a lerem mais e a usarem mais a escrita”. Você concorda com ela? 

Não deixe de conferir também a promoção de Natal da Humana Editorial. Acesse, ao final deste informativo, o banner sobre os 
pen drivesinteligentes. 



Boa leitura! 





A escrita e a leitura no hipertexto

O surgimento e a rápida disseminação dos computadores pessoais estão transformando, em um processo acelerado, nossos modos de produção e de leitura de textos. A expressão 
computer literacy esconde mais do que explicita: grande parte da população, supostamente letrada, é iletrada com relação a essa nova tecnologia.

O que podemos fazer com os que nem chegaram ao livro impresso? Com o aparecimento dos computadores, o abismo que já separava os não-alfabetizados dos alfabetizados ampliou-se ainda mais. Alguns nem mesmo chegaram aos jornais, aos livros e às bibliotecas, enquanto outros correm atrás de hipertextos, de correio eletrônico e de páginas virtuais de livros inexistentes. Que desafio representa isto para a educação pública? De que alfabetização falamos em termos escolares? Nas salas de aula de agora estão os cidadãos do século 21. Será que estamos preparando-os para a alfabetização do próximo século ou para a do século 19? 
O texto produzido e difundido digitalmente coloca em discussão muitos preceitos sobre a boa leitura e escrita que foram perpetuadas pela escola. Segundo David Reinking, pesquisador conhecido por seus trabalhos na investigação de como a alfabetização é afetada por formas digitais de leitura e escrita, a leitura e a escrita eletrônica dão ao processo de alfabetização uma dimensão nova. A concepção que temos da leitura e da escrita está subordinada à natureza física e visual do meio em que elas se desenvolvem. Para a nossa cultura, o espaço natural do texto escrito é a página impressa; nela, a escrita é estável e controlada, de modo exclusivo, pelo autor. Em compensação, o espaço oferecido pelo livro eletrônico é mais fluido e dinâmico, permite uma maior transitoriedade e mutabilidade ao texto, reduz a distância que separa o escritor do leitor e possibilita sua interação. 
Segundo Segundo Bolter e Landow, este novo modelo de espaço textual facilitará o surgimento de outros estilos de escrita, de novas teorias literárias e de novas estratégias didáticas para a leitura e para a escrita. 
Pode-se dizer que o hipertexto e os recursos multimídia permitem que o aluno experimente o conhecimento de uma maneira que seria impossível com as fontes tradicionais de referência. Assim, a curiosidade e imaginação do aluno transformam-se em um poderoso dispositivo a serviço de uma aprendizagem mais criativa e autônoma. Pois, ao navegar nos nodos (termo que significa “nó”, representa cada ponto de interconexão com uma estrutura ou rede) do hipertexto, o leitor vai criando suas próprias opções e trajetórias de leitura; experimentando o texto e modificando seu conteúdo. Sendo assim, a linearidade proposta pelo livro tradicional dá espaço dinâmico à escrita e leitura não sequencial. Além disso, no hipertexto, a distinção entre autor e leitor não é tão clara. Ele concede ao leitor certas funções de autoria: a possibilidade de agregar nodos, criar conexões, utilizar filtros, etc. O papel do autor vai além da simples escrita: pode assumir a apresentação e o projeto do livro, criar gráficos, produzir animações, vídeos, efeitos sonoros, fotografias ou textos orais, e determinar as diversas ações do programa. 
A internet tem levado as pessoas a lerem mais e a usarem mais a escrita. Dessa forma, muitos internautas têm ficado mais habilidosos no manuseio e na criação de formas específicas de lidar com a língua: nova ortografia, neologismos, escrita com traços orais e semialfabética, onomatopeia, etc. Tudo isso tem preocupado a sociedade em geral e, mais especificamente, os professores de língua materna. A questão é: a escrita utilizada principalmente pelos adolescentes nos e-mails, salas de bate-papo e agora nos weblogs e orkut prejudica a aprendizagem da escrita na escola? 
Segundo Antônio Carlos Xavier – doutor em Linguística pela Unicamp e mestre em Letras e Linguística pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), onde ministra aulas na graduação e pós-graduação – a internet exige a prática da leitura e estimula a escrita por promover a liberdade de expressão entre seus usuários. A escola deve aproveitar a competência comunicativa dos adolescentes que usam bem os gêneros digitais disponíveis na rede virtual, para transformá-los em bons produtores de gêneros textuais valorizados na sala de aula e no mundo real. 
Portanto, a internet tem muito a contribuir na formação intelectual e linguística dos seus usuários, pois tende a fazer deles vorazes leitores e autores de textos sejam verbais, visuais, sonoros ou hipertextuais, habilidades que a escola e suas milenares ferramentas pedagógicas têm conseguido com muita dificuldade. 

Texto de Sílvia Figueiredo de Sousa enviado ao Jornal Virtual. Sílvia é professora formadora em Tecnologia Educacional, da Secretaria de Estado de Educação/MT. Graduada em Letras pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e especialista em Psicopedagogia. Concluinte do curso de Pós-Graduação em Tecnologia Educacional pela PUC/Rio e tutora da Educação a Distância no curso “Mídias na Educação”.
E-mailfigsilvia@hotmail.com

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

O Livro e a Leitura dos Sentimentos do Mundo


A IX Bienal Internacional do Livro do Estado do Ceará acontecerá no Centro de Convenções de Fortaleza no período de 9 a 18 de abril de 2010.

Este ano, o tema do evento será “O Livro e a Leitura dos Sentimentos do Mundo”, com o objetivo de revelar os caminhos que se unem no universo da leitura. A escritora cearense Rachel de Queiroz, que completaria 100 anos em 2010, será a homenageada desta edição.

A Bienal é uma iniciativa do Governo do Estado, por meio da Secretaria da Cultura (Secult). O evento reunirá alguns dos principais nomes da literatura mundial e nacional, editoras, livrarias e profissionais que compõem as cadeias do livro e da leitura.

A Escola Estadual de Educação Profissional Elsa Maria Porto Costa Lima também teve a oportunidade de participar deste evento tanto no que se refere à visitação como no Concurso de Redação que tem como temática a frase de José Martí “Ser culto é a única forma de ser livre”.

As redações finalistas da escola podem ser vistas e apreciadas neste espaço da biblioteca.

Boa leitura!

domingo, 2 de maio de 2010

1º ano de Turismo - pesquisando sobre fábulas



texto escolhido para a Bienal.


O mundo em um só lugar

A biblioteca tem uma função muito importante, pois ela nos ajuda a viajar na leitura.

Que alegria quando nos identificamos com algum personagem, e como isso nos ajuda a entender melhor o sentido de nossas vivencias. Sem falar de como é gostoso entrar no mundo do faz-de-conta, imaginar, fantasiar.

A biblioteca é uma maneira de fugirmos da realidade e embarcar num universo totalmente novo, de aventura, de romance de fantasia.

É fantástico quando lemos uma história, que nos tira da realidade e nos leva para o mundo da fantasia. Isso é maravilhoso!

Devemos instalar mais bibliotecas públicas para que cada vez mais, as pessoas possam usufruir dessa maravilha é a leitura.


Escola Estadual de Educação Profissional Elsa Maria Porto Costa Lima


Aluna Karina Serafim dos Santos

1º ano do curso de Informática

Biblioteca Universo de Aprendizado

Diante da afirmação do poeta libertário cubano José Martí “Ser culto é a única forma de ser livre” e considerando que a leitura proporciona o conhecimento, é possível compreender a grande importância da biblioteca em nosso meio, visto que a mesma é um universo, pois em cada livro há um mundo diferente de aprendizado o que favorece para que possamos nos tornar pessoas cultas e ao mesmo tempo livres através da leitura.

A biblioteca é um espaço de disseminação do conhecimento, nela habita uma infinidade de informações, um universo que vai além da compreensão de muitos.

Tendo em vista que a leitura é um leque de cultura que possibilita a formação de um ser culto acobertado de grande bagagem de conhecimento acadêmico e pessoal e que sempre acrescenta algo à vida do leitor, dando-lhe mais condições de ser inteligente, afetivo, ativo, mais aberto a se relacionar com os outros a biblioteca tende a ser um ambiente primordial para conquista do desenvolvimento do conhecimento cultural e pessoal de uma população.

Sendo assim percebe-se que a busca do conhecimento deve ser algo constante na vida de qualquer indivíduo que procura ser livre, pois o entendimento proporciona ao ser humano a capacidade de trilhar as batalhas ao longo da jornada e desse modo tornar-se uma pessoa livre, livre na forma de pensar e ver o mundo, pois a leitura nos dar sabedoria e discernimento para lidar com as diversas situações da vida.

Conclui-se que o Indivíduo se faz livre à medida que é dotado de conhecimento e a apropriação de todas as formas de informações desenvolve na pessoa um olhar crítico e possibilita formar uma sociedade cidadã. A leitura, portanto, promove o resgate da cidadania, desenvolve a auto-estima, promove a integração social sendo a biblioteca um ambiente que proporciona tal conquista.


Escola Estadual de Educação Profissional Elsa Maria Porto Costa Lima


Aluna Joelma - 1º ano do curso de Segurança do Trabalho

Textos escolhido para a Bienal

Biblioteca: um patrimônio cultural

Biblioteca segundo o dicionário Aurélio é uma coleção pública ou privada de livros e documentos congêneres, para estudo, leitura e consulta.

A biblioteca pública é um local importante na nossa vida, pois com ela podemos adquirir e aperfeiçoar nossos conhecimentos que são utilizados em nosso dia-a-dia, tornando-nos pessoas mais cultas. Cultos, pois com esta coleção aprendemos muito em relação ao que se ensina na sala de aula.

Podemos aprender também assuntos que diz respeito a historia de nosso estado e até mesmo sobre o nosso país, mas principalmente sobre a comunidade em que vivemos.

Absorvendo assim novos conhecimentos sobre o passado das localidades que residimos, podemos contribuir para o desenvolvimento das respectivas em relação aos seus problemas urbanos.

Conclui-se então que a biblioteca não é um lugar apenas que contém inúmeros livros ou um edifício público qualquer, e sim, um local que proporciona o desenvolvimento mental e cultural.

Escola Estadual de Educação Profissional Elsa Maria Porto Costa Lima

Aluno Ian Matheus da Costa Soares.

1º ano do curso de Segurança do Trabalho

Alunos do 1º ano - TURISMO






Projeto: Diário Virtual -

Os alunos pesquisando sobre fábulas, com a orientação da profª Marilia.


Textos de alunos para a Bienal


A biblioteca na formação de indivíduos cultos e livres.

A biblioteca é um local acessível às pessoas em geral, onde as mesmas podem fazer uso de diversos tipos de leitura dependendo da escolha do livro.

Além de conduzir o leitor a fazer uma viagem no contexto do livro que está lendo, o mesmo irá adquirir novas informações e conhecimentos.

No momento que um indivíduo possui um amplo conhecimento, respeito e sabedoria passa a ser culto, ou seja, ter cultura.

Uma pessoa que é culta pode ser considerada livre, pois através de novos conhecimentos se torna uma pessoa crítica, tendo opinião própria, respeitando a opinião do próximo e possuindo liberdade de expressão.

É muito importante a implantação de biblioteca pública na cidade, pois é a partir da biblioteca que praticamos algo indispensável para nossa vida: a leitura, hábito que nos influência a ter novos conhecimentos tornando-nos pessoas cultas e ao mesmo tempo livres.

Escola Estadual de Ensino Profissional Elsa Maria Porto Costa Lima.

Aluno Luís Felipe Santiago dos Santos Silva.

1º ano do curso de Informática

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Origem da escrita


Acredita-se que a escrita tenha se originado a partir dos simples desenhos de ideogramas: por exemplo, o desenho de uma maçã a representaria, e um desenho de duas pernas poderia representar tanto o conceito de andar como de ficar em pé. A partir daí os símbolos tornaram-se mais abstratos, terminando por evoluir em símbolos sem aparente relação aos caracteres originais. Por exemplo, a letra M em português na verdade vem de um hieróglifo egípcio que retratava ondas na água e representava o mesmo som. A palavra egípcia para água contém uma única consoante: /m/. Aquela figura, portanto,veio representar não somente a idéia de água, mas também o som /m/.Um processo simbólico que possibilitou ao homem expandir a mensagem para muito além do tempo e do espaço de propagação dela, criando mensagens que se manteriam inalteradas por séculos e que poderiam ser proferidas a quilômetros de distância.


A escrita deve ter um sentido para quem lê, pois saber ler não pode ser representar apenas a decodificação de signos, de símbolos. Ler é muito mais que isso; é um movimento de interação das pessoas com o mundo e delas entre si e isso se adquire quando passa a exercer a função social da língua, ou seja, quando sai do simplismo da decodificação para a leitura e reelaboração dos textos que podem ser de diversas formas apresentáveis e que possibilitam uma percepção do mundo.

A escrita é uma tecnologia de comunicação, criada e desenvolvida historicamente nas sociedades humanas, que consiste em marcas num suporte significando palavras ou ideias.

A leitura, que é um testemunho oral da palavra escrita de diversos idiomas, com a invenção da imprensa, tornou-se uma atividade extremamente importante para o homem civilizado, atendendo múltiplas finalidades. Aquisição da Leitura

Segundo Morais (1997) a leitura envolve em primeiro lugar, a identificação dos símbolos impressos (letras e palavras) e o relacionamento destes com os seus respectivos sons. Em que, no início do processo de aprendizagem da leitura, a criança deverá diferenciar visualmente cada letra impressa, percebendo e relacionando este símbolo gráfico com seu correspondente sonoro. Quando a criança entra em contato com as palavras, deve então diferenciar visualmente cada letra que forma a palavra, associando-a a seu respectivo som, para a formação de uma unidade lingüística significativa. Neste processo inicial da leitura, em que a criança visualiza os símbolos, fazendo a associação entre a palavra impressa e som, define-se decodificação. Entretanto, para que haja leitura não basta apenas a decodificação dos símbolos, mas a compreensão e a análise crítica do texto lido. Quando não há compreensão pela criança do que se lê no texto, esta leitura deixa de ser interessante, prazerosa e motivadora. Pode-se considerar então que uma criança lê, quando esta entende o que o texto retrata. Pois quando esta apenas decodifica e não compreende, não se pode afirmar que houve leitura.